top of page

Sobre Doenças, Sintomas e Tratamentos em Pássaros

 

Introdução:

Os pássaros, como qualquer ser vivo, estão expostos a doenças; no entanto, se forem bem tratados não são especialmente sensíveis a elas. Geralmente as doenças levam mais tempo a evoluir do que a curar. Os mais velhos e os muito jovens são os que estão mais expostos a doenças na altura da mudança das penas. Mais do que em qualquer outro período; deverão evitar-se as correntes de ar e mudanças bruscas de temperatura. Devem manter-se de preferência a uma temperatura mais baixa e uniforme. Alguns podem vir a falecer por ataque cardíaco, por obesidade, por stress e por grande quantidade de aves num mesmo viveiro.

 

O pássaro perde a sua vivacidade, fica muito quieto, como que inchado, com as penas abertas e os olhos sem brilho. Também uma gordura ou magreza excessivas, o abdômen muito encolhido ou distendido, as penas do pescoço sujas ou as narinas a supurar são sintomas certos de doença. Um pássaro doente assenta sempre nas duas pernas quando dorme, enquanto um pássaro saudável apenas dorme sobre uma. Se um pássaro estiver a dormir sobre as duas pernas, pode considerar-se como um primeiro aviso pois trata-se de um sintoma que aparece sempre antes de os outros se manifestarem. Na prática, é muito difícil dizer com segurança qual a doença de que o pássaro sofre.

 

Os pássaros doentes devem ser isolados imediatamente. As gaiolas devem ser lavadas e desinfetadas (de preferência com álcool). Os sintomas de cerca de 30 doenças diferentes são mais ou menos os mesmos, tornando-se assim difícil a sua definição. O tratamento terá portanto de ser geral. Um pássaro doente deverá ter tratamento imediato, mesmo que apenas se notem sintomas insignificantes. O ataque rápido à doença pode muitas vezes salvar a sua vida, que em muitos casos 24 horas depois estaria perdida.

 

Um remédio universal contra as doenças dos pássaros é o CALOR. O pássaro doente deve ser imediatamente colocado numa gaiola de madeira, pequena, com uma placa de vidro na parte da frente. A gaiola pode ser aquecida, por exemplo, utilizando uma lâmpada ou uma resistência elétrica. Uma temperatura de 30/35 graus Celcius será a indicada nos primeiros 3 dias, baixando-se depois gradualmente.

 

O calor e um preparado antibiótico - Aureomicina ou Terramicina - são em muitos casos a cura mais fácil. Põe-se na água de beber cerca de 1 cápsula de 50 mg de um destes antibióticos para 1/2 litro de água.

 

Repete-se este tratamento durante três dias seguidos, voltando a repetir-se passados dois dias, se não houver melhoras. Os antibióticos também podem ser utilizados para combater doenças contagiosas. Os pássaros não deverão ter outra água para beber enquanto estiverem sob tratamento. Os que estão sujeitos a tratamento antibiótico deverão, nesse período, ter um suplemento de vitaminas (encontrado em casas especializadas), dado que os antibióticos destroem a flora bacteriológica dos intestinos.

 

ÍNDICE DAS PRINCIPAIS DOENÇAS:

 

 

ÁCAROS DAS PENAS

 

Causas: Parasita Syrongophilus bicectinata.

É normal a ave ter alguns piolhos brancos/amarelados, que não são de forma alguma visíveis, pois são aqueles residentes naturais, que inclusive são benéficos para os pássaros, pois removem determinadas bactérias da pele das aves. Mas isto é em pequena quantidade, nem damos quase por ver o pássaro a "coçar-se". O problema é que quando chegamos a ver a olho nu parasitas a percorrer o corpo das nossas aves, é porque o criador é desleixado com a higiene.

Sintomas: As penas apresentam-se caídas e é possível percebe-las com pequenos traços escuros entre as bárbulas. Para verificar se a ave está sendo atacada por ácaros, pegue-a e observe com a sua asa aberta contra a luz.

Tratamento: Pegue a ave, abra a asa e pulverize uma única vez com inseticida à base de piretina numa distância de uns 30 cm.

 

 

ÁCAROS VERMELHOS

 

Causas: Parasita Dermanysus gallinae.

Estes parasitas causam grandes problemas na reprodução são os chamados piolhos vermelhinhos, só apresentam esta cor vermelha quando estão cheios de sangue, caso contrário sua cor é pardo-acinzentada.

Sintomas: Estes ácaros ao dia se escondem nas ranhuras dos poleiros, molas das portas e buracos na parede ou teto, ataca as aves a noite, as aves não param de se bicar tentando tirar os ácaros.

Tratamento: Pulverize poleiros, molas e paredes com um inseticida spray à base de piretina, nas aves pode-se borrifar inseticida spray SBP, as paredes podem ser pintadas com a cal virgem.

 

ACARÍASE RESPIRATÓRIA

Causas: Ataque do ácaro Stermostoma tracheaculum, nas vias respiratórias.

As exposições, trocas e compras de aves são as principais causas pela instalação da doença no criatório.

Sintomas: Respiração penosa, ofegante, tosses, plumagem desalinhada, emagrecimento da ave, abertura do bico sincronizado com os movimentos respiratórios.

Tratamento: Isolar a ave, desinfetar todo o criadouro, aplicar aerosol com antibióticos. Aviobitina na água de beber. Aplicar o Ivomec em todo o plantel em duas doses com intervalo de 15 dias.

 

 

ASMA

Causas: Poeira, friagem, alimentos condimentados, gaiolas sujas, mudanças no clima e mal ventilação do criadouro.

Sintomas: Respiração difícil acesso asmático frequente e ofegante. Em casos muito graves imobilidade, olhos entreabertos, penas soltas respiração acelerada intermitente com emissão de pequenos gemidos.

Tratamento: Eliminar frio, vento, poeira, úmida, colocar a ave em gaiola com temperatura de 30C, na hora da crise administrar gotas de adrenalina a 1./10.000, antibióticos e tônicos.

 

BRONQUITE OU TRANQUEITE

Causas: Correntes de ar, aves em local de ar não renovado, bruscas mudanças de temperaturas.

Sintomas: A ave perde o apetite, narinas obstruídas, bico aberto, rouquidão e catarro, a ave não canta e fica agitada.

Tratamento: Colocar a ave separada numa temperatura de 30C e administrar antibióticos e vitaminas A e D e aviobitina na água de beber.

 

 

COCCIDIOSE

Causas: Alimentos e água contaminados pelas fezes ou saliva de outras aves doentes.

Sintomas: Cansaço, sede contínua, o osso do peito fica saliente, há emagrecimento, fezes aquosas, desidratação e diarreia. Esta doença não tem cura. Ela atinge principalmente o intestino delgado e os cecos em especial dos filhotes, provocando hemorragias.

Tratamento: Sulfaquinoxalia, amprolium e a sulfametazina (VETOCOC), administrar junto para evitar a resistência dos protozoários complexos vitamínicos como vitamina K e Hidrac ou Pedyalit.

 

CONSTIPAÇÃO OU PRISÃO DE VENTRE

Causas: Falta na variedade dos alimentos fornecidos as aves.

Sintomas: Esforço apresentado pela ave, ao evacuar, acompanhado de movimentos e sacudidelas. Ventre inchado, fezes duras, cloaca inchada e vermelha.

Tratamento: Pingar na cloaca azeite de oliva duas vezes ao dia, dar-lhes verduras, frutas e vitaminas.

 

CORIZA

Causas: Bruscas mudanças climáticas, aves em locais úmidos, aves mal alimentadas, falta de vitamina C.

Sintomas: Corrimento nasal, tosse, respiração difícil, mucosa congestionada, falta de vivacidade, anorexia.

Tratamento: Limpar as narinas com cotonete impregnado em solução de permanganato de potássio, com 1./1.000. Administrar antibióticos com penicilina mais estreptomicina, clorofenicol na água de beber, vitaminas, aviobitina e Neo Sulmetina SM.

 

DIARRÉIA

Causas: Má alimentação, alimentos azedos, deteriorados e água suja.

Sintomas: Fezes líquidas de cor amarela-esverdeada, falta de apetite e emagrecimento, ânus inflamado.

Tratamento: Corte as penas do traseiro com cuidado e lave com água morna, após enxugue. Administrar Neo Sulmetina SM, coalhada fresca, se optar pela coalhada não de água, somente a coalhada até a recuperação da ave.

 

ENTERITE

Causas: Inflamação dos intestinos, uma das principais causas de morte dos filhotes no ninho.

Sintomas: Diarreia, plumas da cloaca suja pelas fezes, abdômen duro e vermelho e a ave emagrece.

Tratamento: Nitrofurazona, sulfas, vitaminas A e D e eliminar as verduras.

 

FRATURAS

Causas: Quando ocorre de a ave quebrar um osso

Tratamento: A primeira providência é retirar os poleiros e colocar água e comida a disposição da ave. Será necessário encanar o osso com gesso dissolvido em água ou álcool, que levará mais ou menos um mês para colar. Se for a perna que quebrou, pegue um canudinho de refresco cortado ao meio, coloque as duas partes na perna e passe o gesso, deixando uns 45 dias, após retire o gesso. Se for a asa que quebrou, será necessário cortar todas as penas da asa, dependendo da fratura, tente encaná-la com gesso. Caso não consiga, o melhor e mais correto é levar a ave a um veterinário, que esta mais acostumado a fazer estes serviços.

 

HEPATITE

Causas: Inflamação do fígado oriundo de excesso de alimentos gordurosos.

Sintomas: Dilatação do baço, sonolência, perda de apetite, tendência para brigas e fezes líquidas.

Tratamento: Alimentação refrescante, com cenouras, verduras e frutas.

 

 

PARASITOSE EXTERNA

Causas: Falta de higiene nas instalações.

Sintomas: Queda da plumagem, emagrecimento, aparência anêmica, patas brancas. Tratamento: Fazer a profilaxia das instalações, desinfetar as gaiolas e acessórios com SBP, os ninhos com puxine em pó ou similar.

 

 

PARASITOSE INTERNA

Causas: Parasitas no estômago e nos intestinos transmitidos por fezes contaminadas.

Sintomas: Emagrecimento, e mortalidade elevada.

 

PIPOCAS DAS PATAS

Causas: Existência de agentes infecciosos no organismo da ave ou alimentação imprópria.

Sintomas: Aparecimento de pipocas (bolinas brancas) no bico, raramente nas asas e principalmente nas patas, inchaço e formação de furúnculos e de cortes nas patas. Tratamento: 5 gotas de Benzitrat no bebedouro, até a cura da doença. Aplicar nas patas afetadas uma pomada chamada Canesten ou o Thuyá Avícola.

 

PARATIFOSE

Sintomas: Fulminante, a ave fica num canto da gaiola, asas caídas, penas soltas e respiração ofegante, morte repentina.

Tratamento: Isolar a ave doente, desinfetar o canário e local com água com soda, administrar sulfas e antibióticos, clorofenicol e vitaminas.

 

PARATIFOSE AGUDA

Sintomas: Ave não canta, não tem vivacidade, se retirando para um canto da gaiola, sede, diarreia amarela-esverdeada, cloaca suja, respiração ofegante.

Tratamento: Os mesmos citado para paratifose e desinfecção e bactericida. As aves curadas são portadoras dos germes.

 

PARATIFOSE CRÔNICA

Sintomas: Diarreias alternada com constipação intestinal, emagrece rápido, articulações inchadas.

Tratamento: O mesmo referido as outras duas formas. Evitar cruzar as aves curadas por normalmente transmitirem esterilidade a sua prole ou enterite.

 

STRESS

Causas: Sustos, barulhos repentinos no criadouro, etc...

Sintomas: A ave fica sonolenta, abatida, assustada devido à inabitação, alimentação imprópria ou excesso de antibióticos.

Tratamento: Administrar vitaminas, eliminar os barulhos, as causas de fadiga, alimentação insuficiente, mudanças de temperaturas e excesso de parasitas.

 

SUOR DAS FÊMEAS

Causas: Aparece quando os filhotes ainda não saíram do ninho. A fêmea, bem como os filhotes, apresenta o peito todo molhado, às vezes o próprio ninho fica úmido. O suor das fêmeas ocorre devido às diarreias que atacam os filhotes. Estes podem ser provocadas por doenças como a Salmonelose ou mesmo por problemas alimentares. É bom relembrar, a esse respeito que os pássaros não têm glândulas sudoríparas.

 

TAXOPLASMOSE

Doença bastante grave ocorre especialmente nos filhotes e pode ser fatal.

Sintomas: As aves mostram-se tristonhas, fracas e apresentam diarreias, as vezes com sangue, no peito o externo fica bastante saliente e o fígado também costuma ficar inchado.

Tratamento: Os mesmos aplicada a coccidiose.

 

TIFO

Causas: Transmitida pelas fezes das aves doentes, pela água e picadas de mosquitos. Sintomas: Asas caídas, penas soltas e diarreia verde.

Tratamento: Isolar as aves. Administrar antibióticos e desinfetar com bactericidas. Há ainda alguns criadores que sugerem a eliminação das aves doentes.

 

VARÍOLA

Causas: Bactéria que se desenvolve na ave num período de 1 a 3 semanas, transmitida por parasitas, insetos, moscas e pelas aves.

Sintomas: Queda de pequenas plumagens ao redor dos olhos, as vezes as pálpebras engrossam, furúnculos, partes mais atingidas ápica, bico, faringe e orelha. Tratamento: Separar a ave, passar desinfetante e bactericida, evitar moscas e insetos fiquem transitando nas aves sadias. As aves atacadas e curadas ficam imunes a doença.

 

FUNGOS NAS PATAS

Causas: Contato com as fezes na gaiola.

Sintomas: Cascas nas patas.

Tratamento: Oceral Pomada, utilizada na cura de fungos das patas dos pássaros, os quais devem ser mantidos isolados dos demais.

 

PEITO SECO

“Peito Seco”, “Peito Faca” ou “Peito em Quilha” são diferentes denominações populares que descrevem o quadro de Emaciação ou Caquexia, situação de debilidade relativamente comum entre os pássaros. Trata-se não de uma doença, mas de um quadro de queda da imunidade do pássaro e consequente instalação de uma infecção crônica. Há diminuição do apetite e do aproveitamento dos alimentos, o que leva à queda nas reservas de gordura. O pássaro passa então a utilizar a reserva das proteínas musculares, com atrofia dos músculos peitorais e consequente pronunciamento do osso esterno ou “quilha”, daí a denominação “Peito Seco”. Várias são as possíveis causas para a ocorrência do “Peito Seco”, como infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias, além de causas nutricionais e físicas. Em geral as causas não são únicas, mas há um conjunto delas levando à instalação do quadro. Também contribuem os fatores ambientais como: manejo inadequado ou estresse a que são submetidos os pássaros nas trocas de ambiente e transporte, ou ainda nos períodos de reprodução e muda de penas. Cuidados com a higiene, diminuição das chances de estresse e adequada alimentação

Fonte: Agência Embrapa

bottom of page